Na agricultura, podemos receber ajuda de certos microrganismos como o Rhizobium. O principal objetivo de utilizar esses microrganismos na agricultura é aumentar o rendimento de grãos das culturas visando o uso racional de nutrientes.
No entanto, sabe-se muito pouco sobre quem são, quais as suas funções no sistema solo-planta-atmosfera, quais os benefícios e as diferenças entre esses microrganismos. Por isso, neste artigo poderemos entender um pouco sobre eles.
Quem são e qual a importância dos microrganismos da rizosfera para a nutrição de plantas?
Os principais representantes dos microrganismos da rizosfera são as bactérias dos gêneros Rhizobium, Bradyrhizobium, Sinorhizobium e Mesorhizobium.
Esses microrganismos correspondem às bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCP) e podem colonizar partes das plantas, principalmente o sistema radicular. Por isso, também podem ser chamados de rizobactérias promotoras de crescimento de plantas (RPCP) (ou apenas Rhizobia). E eles estão diretamente relacionados com a nutrição de plantas.
Os microrganismos da rizosfera influenciam a nutrição de plantas nos seguintes atributos:
- Crescimento, morfologia e fisiologia do sistema radicular;
- Fisiologia e desenvolvimento das plantas;
- Disponibilidade e processos de absorção de nutrientes pelas plantas.
Esses fatores influenciam de maneira positiva o aumento do rendimento de grãos, aumentando a eficiência de uso de nutrientes pelas culturas. Ou seja, os microrganismos da rizosfera podem, quando aplicados na dose e maneira correta, levar ao aumento do lucro do produtor rural.
Microrganismos da rizosfera e sua importância agrícola
Os microrganismos da rizosfera apresentam vários níveis de especificidade com leguminosas e gramíneas e desenvolvem nódulos juntamente com suas raízes. Os nódulos são um tipo de infecção inter e/ou intra-celular, desenvolvendo a simbiose.
Os nódulos auxiliam na fixação de N2 levando em consideração os seguintes fatores:
- Manutenção de baixa concentração de oxigênio dentro do nódulo para preservar a nitrogenase;
- Rápida exportação do nitrogênio fixado via xilema;
- Suprimento de carbono para bacterioides nos nódulos.
O gênero de bactéria Rhizobium tem elevada afinidade com leguminosas, como a cultura da soja, e pode proporcionar aumento de 15 % no rendimento de grãos.
Já os gêneros de bactérias Herbaspirillum e o Azospirillum são de vida livre capazes de auxiliar o crescimento de algumas gramíneas, como as culturas de milho, arroz, trigo e cana-de-açúcar. Após inoculação das plantas, o Azospirillum pode facilitar a fixação de nitrogênio e a produção de fitohormônios.
Segundo estudos científicos atuais, as melhores estirpes de Azospirillum são Ab-V5 e Ab-V6 capazes de proporcionar economia e/ou aumentar a eficiência de fertilizante nitrogenado no sistema de produção agrícola.
Sideróforos
Os sideróforos são outra forma de organização de microrganismos. Eles são capazes de captar o ferro (Fe) da fase mineral do solo formando complexos de Fe solúveis que podem ser transportados e disponibilizados para as plantas.
Co-inoculação
Co-inoculação de uma cultura pode ser classificada como a fusão entre dois gêneros de bactérias.
Co-inoculação de Azospirillum e Rhizobium resulta em maior eficiência dos nódulos, aumentando a produção de fitohormonios, vitaminas e sideróforos na planta. Portanto, a co-inoculação pode proporcionar aumento no rendimento de grãos de soja e feijão na ordem 16 e 20 %, respectivamente.
O uso de microrganismos da rizosfera na agricultura pode ser uma alternativa economicamente viável, devido ao aumento da eficiência de uso de fertilizantes aplicados e melhorias na absorção de nutrientes pelas culturas.
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